quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Primeiro Poema


Logo após da apresentação da figura do Rei Salomão, surge a voz e figura de uma mulher apaixonadíssima e que dirige a sua exaltação ao homem amado. Devido ao alto conceito que ela tem do seu amado, ela deseja “ser beijada”. É a expressão do furor do amor. É o desejo forte que a mulher sente pelo seu homem. A expressão “se” indica o sentiddo da ansiedade que a mulher sente pelas caricias masculinas, especificamente os beijos. É a vontade de amar e que inclui nessa pratica de amor, o erotismo dos beijos. O interessante do poema é o fato da mulher se apresentar com uma mulher aberta ao amor. Não somente espera ser beijada, mas também deseja os beijos. É uma mulher ativa que mostra o seu desejo na expressão poética.
O amor é expresso como fogo e paixão e não como virtude. Embora inseparável estes sentimentos, os textos dos cânticos é a expressão de amor pelo e através do corpo. O objeto amado é visível, desejável. É pele, sangue, rubor, respiração ofegante em busca da satisfação amorosa. Não é um sentimento que somente se entende no espírito, no mundo abstrato. Não é assim. Aqui o amor é corporal, erótico e carnal
O que se enfatiza e se deve enetender é o fato que os beijos são sobre ela, e não sobre outra mulher. Além do mais, ela pede “ ser coberta de beijos” . A NVI traduz “... se a sua boca me cobrisse de beijos...” O desejo não somente chama ao ato de ser beijada nos lábios, mas é um convite para que o corpo todo da mulher seja beijado, pois ela deseja as caricias e beijos do amado. Não se cobre somente os lábios com beijos, mas o corpo todo. A paixão da mulher aponta a busca da sua satisfação completa que se inicia e é produzida pelos beijos do seu amado. O seu corpo espera pela expressão de amor através do toque labial. O seu corpo deseja e treme na busca dos beijos que a deixaram embriagada, enervada de amor. São as caricias preliminares que preparam a mulher para a sua realização sexual. É por meio dos beijos que se inicia e se conduz a amada até a explosão do desejo. A construção hebraica é enfática. Há um pedido com ênfase e urgência de ser beijada. Amar inclui os beijos do amado que leva a conclusão de ser possuída por este. E este recebe o corpo da sua amada para a concretização do amor e do desejo. Amor envolve: corpo, beijos,caricias
Ao mesmo tempo a palavra “caricia” no plural mostra a diversidade de formas de fazer amor. Visto que a tradução literal no livro tem o significado de múltiplas maneiras de fazer amor. As formas de amar ou as suas caricias são mais agradáveis do que o vinho. A embriaguez é agradável para aquele que se embriaga. E é isso que representa o beijar para a mulher. Mas não somente o beijar mas as “ formas de amar”. É evidente que o texto não está somente apontado o sentimento, mas a “ arte de realizar o ato sexual”. Esta idéia de realizar-se sexualmente leva a mulher a perder de certa forma os seus sentidos. Assim ela se entrega totalmente ao seu amado. Esta comparação da embriaguez é repetida em 4:10 como em outros textos de sabedoria ou poéticos como no caso de Pv:7:18. Ela literalmente perde a razão pois ela fica totalmente envolvida e possuida da emoção do desejo e da forte da excitação
A comparação que a mulher faz com o vinho representa o alto valor que dá ao seu amado. O vinho no antigo Israel podia representar riqueza e poder no estilo de riquezas materiais. (Éster: 1:1-9)O vinho tem a conotação de prestigio e poder pois ele está no meio dos palácios O vinho fazia parte do “ sistema social” hebraico. As festas e os convivas requeriam o vinho e estas festas eram bem vistas quando havia a existência do vinho e este em abundancia. É nessa qualidade que a amada faz a comparação. As caricias do amado são embriagantes tanto quanto o vinho. Além do mais elas devem ser abundantes. e de qualidade pois as festas eram marcadas pela qualidade e abundancia do vinho., esta é a comparação que a mulher oferece. A realização sexual da amada trilha o mesmo caminho. da embriaguez e qualidade da bebida. Não é uma prática apressada, mas que seja degustada, como o vinho é degustado. O que temos aqui é a degustação feminina da expressão sexual. “porque melhor é o seu amor do que o vinho” (JFA)
A embriaguez faz perder os sentidos. O êxtase deixa o corpo na sua languidez. A força do amor pelo seu amado enfraquece os sentidos da mulher. Assim como o vinho traz alegria aos fracos de espírito, segundo a poesia hebraica, da mesma forma a êxtase do amor traz ao abatido de espírito de volta o vigor. Sentir-se amado e amar devolve a energia da autoestima e traz ao coração quebrantado o ungüento do descanso. Amar e ser amado é um toque de animo.
A idéia de embriaguez pelo amor da mulher é característica dos livros poéticos (Cf. Pv:5:20). Mas também o vinho torna o coração alegre, reanima o espírito. Tudo isso é um presente de Deus que é permitido ao homem desfrutar (Dt:14:26; Jz:9:13; 2ª.Sm:16:1-2; Sl:104:15; Pv:31:4-7; Ec:2:24-25;5:18). O ponto de vista no Antigo Testamento relaciona o vinho como um dom de Deus dado aos homens para que estes experimentem a alegria.
Os poetas do antigo Egito usavam a sua imaginação para descreverem nos seus poemas de amor a imagem dos efeitos da embriaguez do vinho para descreverem os efeitos do envolvimento e do relacionamento amoroso sexual